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Maternidade real

  • grupomaespretas
  • 16 de out. de 2020
  • 1 min de leitura















Faz tempo que fui questionada pela minha irmã se em algum momento da história, nós, mães pretas, tivemos uma maternidade fantasiada. Faz algum tempo que saímos reproduzindo hashtags de maternidade real (e eu já muito fiz isso), sem refletir se a maternidade real, no sentido daquela maternidade em tempo integral, acumulando funções, educando efetivamente e evidenciando todos os limites possíveis em algum momento não foi a nossa regra.


Eu falo a partir do tempo em que a maternidade nos foi permitida, pois na condição de escravizadas, isso nos foi retirado também. Mas essa proposta, quase uma bandeira, de que para nós existe uma maternidade real, não é nenhuma novidade.


Talvez seja para mães brancas que se negaram a amamentar seus filhos, que não trabalhavam e que mesmo em ambiente doméstico atribuíram a nós a criação de seus filhos. Para essas mães a maternagem deve ser uma novidade real aterrorizadora. Mas e pra nós?


A nós a maternidade também pode ser aterrorizadora, mas não pela mesma ótica. O terror da nossa realidade é o de criar os filhos delas, sem saber se os nossos estão seguros. Se no caminho da escola nossas meninas foram objetificadas, se o loiro pivete dos nossos meninos foi justificativa para uma abordagem policial violenta.


O sistema nos corrompe a temer desafios que sempre realizamos. Acredite nas suas ancestrais que não abriram mão de maternar e sabiam da importância disso.

 
 

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