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Filho, olha nos meus olhos. O sangue parou. Eu estou aqui!

  • grupomaespretas
  • 23 de jul. de 2023
  • 2 min de leitura















Esse final de semana realizamos o nosso último encontro da Gira de leitura do Grupo Mães Pretas. É um momento em que debatemos alguns capítulos do livro “Tornar-se negro” e algumas atividades foram realizadas.


Como em todas as atividades do grupo, crianças são permitidas. E algumas mães levaram seus filhos. Na sala onde ficamos sentadas todas conseguem ver onde estão as crianças e eles brincavam.


Pulando, desenhando, correndo um barulho oco e um grito. Vejo a @greice.jones estendendo o Henrique para a mãe dele e quando ele vira na minha direção, vejo que o queixo dele tem muito sangue. Eles entram no banheiro seguidos pela @daniela.padilha1627 (enfermeira), @georgia.gbl (médica) e a @dramarcolino (dentista) e a porta se fecha.


Nos minutos que seguem, corro para pegar água para a Jessica, lembrando o quanto é importante a mãe estar tranquila para acolher o filho. Quando a porta se abre, o sangue parou. A Dani diz que precisaria de pontos e a Jessica senta com o Henrique no colo, de frente pra ela e diz:


FILHO, OLHA NOS MEUS OLHOS, OLHA NOS MEUS OLHOS. Não tem mais sangue! Eu estou aqui.

Fiquei paralisada com o copo na mão vendo na minha frente uma fortaleza de mãe. A Jé é muito emotiva. Mas ali ela estava firme. O Henrique se acalmava e eles saíram rumo ao hospital, acompanhados da Dani.


Os textos e dicas que se compartilham nessa rede, sobre acolhimento de crianças, são textos escritos por pessoas no conforto das suas cadeiras. Ali, o tutorial acontecia com o seu próprio filho sangrando no colo. E estava funcionando!


Procuro sempre me inspirar em mães reais. Mães que eu sei das dificuldades e mesmo assim estão tentando (e errando). Obrigada às mães que deixaram o emocional de ver uma criança amada machucada e vestiram a camisa profissional dando encaminhamento a situação. Obrigada às mães amigas que em estado de choque, se distanciaram e não tumultuaram a situação. Obrigada Jéssica por nos mostrar que somos rocha no momento certo, mesmo que depois possamos nos permitir desabar e sentir.


A gira era de leitura, mas o ensinamento se deu na vivência real.


Ps: O Henrique foi rapidamente atendido e está bem.


 
 

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