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Eu não quero me separar

  • grupomaespretas
  • 18 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura
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Com todas as minhas forças, enqms


Foi a primeira vez que eu amei e me senti verdadeiramente amada, admirada, reverenciada, enqms


Nossos sonhos viraram planejamento, e nós, juntos, fizemos acontecer, enqms


Duas vidas foram geradas a partir do nosso gozo, enqms


Eu me nego a criar meus filhos sozinha, enqms


A materialização de uma família preta real tá aqui, diante dos meus olhos, enqms


Repeti tudo isso na minha cabeça inúmeras vezes, em looping, como uma reza, me agarrando a tudo que aquela relação foi.


Tentei de todas as formas manter o plano, mesmo com todos os atravessamentos que se apresentaram.


Pensando naquela relação como um caminho, é como se na estrada se abrisse um grande buraco, me impedindo de seguir em frente e mesmo com caminhos alternativos, à direita e à esquerda, eu escolhi descer até o fundo desse buraco, depois escalar pra subir e voltar à estrada.


Acontece que quando eu voltei para aquela estrada, aquela reta, que era o meu plano inicial, eu não era a mesma, nunca mais fui.


Voltei cheia de marcas do peso que foi entrar e sair daquele buraco

e mesmo já cicatrizadas, as marcas ainda estavam ali, me fazendo lembrar de tudo cada vez que eu olhava pra elas.


Vivi e revivi o passado inúmeras vezes. Errei ao me negar olhar o presente. Fui negligente ao não mirar o futuro.


Deveria ter visto que tudo aquilo que eu me apegava, estava irremediavelmente fadado a dividir espaço com o que eu não mais suportava. Mas abrir mão dói, eu sabia que a dor era inevitável, e achava que não suportaria.


Quando uma mulher preta termina uma relação, ela carrega consigo todas as mazelas que nos assolam em grupo: preterimento, abandono, sobrecarga. A carne mais barata do mercado não foi feita pro afeto, então quando o amor está sendo servido, mesmo que em porções não tão fartas, a gente se lambuza dele, dá um jeito de fazer render.


Afinal, amamos homens pretos, com a carne tão ou mais barata que a nossa, há que haver compreensão, não é?!


Nem sempre é (mais) possível

Às vezes tudo que precisamos, é nos dar a chance de cura de forma independente.


E na encruzilhada dessa relação, eu pude ver, Nzila mostrou um caminho para que cada um sigamos.


 
 

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