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Carnaval e a mãe que dança

  • grupomaespretas
  • 23 de abr. de 2022
  • 1 min de leitura















Em 2020 decidi que iria aprender a dançar. Movimentar meu corpo. Eu estava assistindo uma palestra e a @priscilaobaci fez uma interpretação muito bonita sobre a dança enquanto um movimento ancestral, um resgate.


Eu que sempre afirmei que não sabia dançar, me peguei refletindo sobre os motivos desse corpo duro. Entrei nas aulas de dança materna com a ânsia de que minha filha no ventre sentisse a dança de alguma forma e despertasse o que em mim tinha como morto.


Depois de parir passei a me questionar ainda mais. Por que meu corpo dançava quando recebia o Nkisi, mas petrificava ao retornar a mim? Ingressei nas aulas de samba no pé. Afinal, como pode uma negra não saber sambar? Vou falar no futuro sobre estereótipos de mulheres negras, mas no fundo me incomodava não conseguir ter o movimento de quadris de uma passista.


Nas primeiras aulas, a professora (@soularissareis maravilhosa, por sinal) me chamou a atenção sobre postura, sobre movimentos dos braços, sobre um corpo que precisava chamar a atenção. Mais do que coordenar os braços nas quartas e treinar o vibrato resgato ali minha auto estima, minha imagem corporal.


Se não me acho bonita, atraente, segura, como poderei ter o corpo altivo que o samba tanto exige?


Se não me vejo bonita, atraente, segura, como ensino isso para minhas filhas?


Nas aulas de samba no pé o desafio é resgatar um corpo inteiro de uma mulher negra que está aprendendo a se amar, para poder amar o próximo.

 
 

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