Quem tem medo do grupo de mães?

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A Mariana resolveu que vai se separar! Depois de anos ensaiando um término do relacionamento com o pai dos seus filhos, resolveu se separar. Anos convivendo com o desemprego, com a falta de organização financeira, traições, brigas, ela resolveu que acabou. Ela disse que a decisão vem fortalecida com a entrada dela no grupo de mães.

Nada foi dito ou incentivado no grupo, mas observar outras mulheres se articulando para sair, viajar, sonhar ascendeu na Mari a possibilidade de viver de outra forma. O temor de uma maternidade solitária, de não ser mais desejada por outro par após as mudanças do corpo no pós parto ou das amigas que já não tem mais contato, foi ficando cada vez mais distante, até que se esvaiu.

Sobreveio a coragem. A coragem de seguir um novo caminho, ter outras possibilidades, a coragem de se priorizar e decidir que aquela relação não cabia mais. O encontro com outras mulheres negras tem disso, fortalecimento em esferas que nem imaginamos. Se chega a um espaço para falar dos filhos e outras camadas vão sendo reviradas.

Mas assusta aqueles que se utilizam do receio do outro para manter relações e situações opressoras, um grupo que potencializa reflexões, a independência e o auto amor. Um grupo que incentiva mães a buscarem direitos, buscarem prazer, buscarem cuidado.

Quem tem medo do grupo de mães deve continuar nutrindo esse sentimento, pois as mudanças para essas mulheres são reais e ela não está mais sozinha.