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Madrasta é Mãe Preta?

  • grupomaespretas
  • 18 de nov. de 2022
  • 1 min de leitura















Recebi uma mensagem de uma seguidora que gostaria de entrar no grupo de mães pretas. Contextualizando a situação ela me informou que seria madrasta de duas crianças negras e que o pai realiza guarda compartilhada delas. Eu, possessiva com o meu título de mãe, fiquei espantada com a pergunta. Depois refleti, refleti com outras mães e a cada nova perspectiva verificava o quanto essa pergunta era complexa.


Existe diferença entre a maternidade e a maternagem. Maternidade seria o papel que mães exercem e a maternagem seria o cuidado que qualquer um da comunidade em relação à criança. Em nossa herança genética a maternagem é uma lembrança, pois entre povos africanos a aldeia inteira se movimenta para a criação dos pequenos.


Mas e a madrasta? Esta mulher negra que biologicamente não gestou e pariu as crianças, mas que está comprometida com o desenvolvimento delas, com a criação de laços de afeto, respeito e identidade, inclusive racial? A esta mulher eu posso dar o título de mãe? Mãe é quem cria?


Esta madrasta pode estar no mesmo espaço de outras mulheres debatendo e construindo a respeito da ausência de pais que hoje direcionam sua atenção somente a novas namoradas?


Se propomos (re)construções coletivas enquanto povo preto, o debate se torna muito mais rico, quando podemos aprender com as pessoas falando sobre sua própria narrativa. Então acredito que na vida é fundamental que madrastas tenham também espaço de fala e escuta, inclusive entre mães pretas. Madrasta não é mãe, mas é parte importante na maternagem e o ganho na criação de crianças através do somatório dessas potências é inegável.


 
 

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