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Mãe preta pode ir embora?

  • grupomaespretas
  • 19 de mai. de 2021
  • 2 min de leitura















Lembro que na adolescência quando outras mulheres da família queriam me amedrontar sobre uma gestação antecipada sempre ouvia: “mãe não vai embora!” Essa fala ecoava na minha cabeça afirmando que a maternidade era um caminho sem volta, uma corrente que mantém até mesmo mães que desejam fugir.


Ao ler o livro Defeito de Cor, em um determinado momento a personagem vai embora vivenciar uma espiritualidade que lhe foi negada durante toda sua vida. Deixa o filho com pessoas de sua confiança e parte. Esse movimento de partida não é consciente, mas é real. E a personagem tenta se manter minimamente presente na vida do seu filho até que acontece uma desgraça com a criança. Não quero estar aqui dando spoiler do melhor livro que já tive contato, mas convido vocês que relacionaram o acontecimento com a criança com a ausência da mãe a pensar sobre o assunto. A presença de uma mãe impede o destino do seu filho?


Que olhar temos para outras mulheres que estão distantes dos seus filhos seja para buscarem melhores condições de trabalho, para seguirem os estudos ou simplesmente porque atribuíram o cuidado das crianças a alguém que acreditaram ser mais capazes que si própria. Crer que estar com a mãe é sempre o melhor para a criança é desacreditar na humanidade dessa mãe.


É desacreditar que mães podem ser boas ou más, felizes ou infelizes, sadias ou adoecidas e podem ter desejos que não comportam a rotina de cuidado integral com nossos filhos e seguir sendo mães.


Falo isso para me lembrar que existem sonhos e desejos dentro de mim que são anteriores a minha maternidade e que segui-los pode ser uma opção.

 
 

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