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A mãe preta que busca atendimento

  • grupomaespretas
  • 26 de ago. de 2022
  • 1 min de leitura















Estou sentada na emergência hospitalar. São 3:10 da manhã e minha filha reclama de uma dor no ouvido. Devia ter medicado para dor e buscado atendimento com a pediatra de rotina, mas no desespero dos gritos e do choro corri para o hospital.


Sentada comigo outras duas famílias brancas (pai, mãe e criança). Somente eu estou sem a figura masculina me acompanhando, somente nós somos negras, mesmo considerando os atendentes.


Ao ser chamada, o medo de não receber atendimento me domina. Sinto uma vontade de chorar, com medo da dor da minha filha, do julgamento pela ausência do pai, do racismo que pode desumanizar o corpo da minha menina. Abraço o corpo pequeno dela e ela me diz: “mamãe, vão me dar um remedinho e vamos voltar pra casa, né?!”


Retomo o controle e tento deixá-la segura de que logo encontraremos a solução para a dor de ouvido. Era noite, ela foi medicada e liberada.


Hoje inicia o inverno. E eu só consigo pensar em todas as mães pretas que irão buscar atendimento. O ambiente hospitalar é muito assustador para corpos negros.

 
 

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