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A mãe malvada

  • grupomaespretas
  • 23 de fev. de 2023
  • 1 min de leitura















“Que maldade deixar uma criança um dia inteiro na escola se tu estará em casa.”


A Ba Kimoyo foi contemplada com uma vaga em uma escola que namorávamos há muitos anos, pública, de qualidade e em turno integral. Na nossa logística, não fazia sentido eu tirar as minhas duas filhas de casa às 7hs, voltar com uma para casa e então levá-la para a escola às 13hs. Decidimos que as duas ficariam em turno integral.


Na minha família os ciclos sempre foram repetidos, como uma forma de organização (os avós levam todas as crianças para o mesmo lugar) e também segurança (seria mais fácil proteger as crianças se toda família estivesse no mesmo espaço observando). Propor um ciclo diferente é um desafio não só pela responsabilidade de fazer diferente, mas também pq minha família é o tipo de família que para te convencer, não poupa as palavras e assim me tornei a mãe malvada.


A mãe malvada que depois de 2 anos integrais com as crianças, resolveu que precisava ter também saúde no ambiente de trabalho, mesmo que o ambiente seja a minha casa. É difícil pensar em qualidade de vida para mulheres negras. Todos apostam que suportamos mais e mais, que somos fortes, guerreiras. Todos apostam que estamos dando conta, pois estão todos alimentados e a casa está em ordem. Mas e o caos interno?


Na balança das escolhas, prefiro enfrentar o rótulo da mãe ruim que reencontra as filhas no final do dia com disposição para ser paciente e atenciosa, do que ser uma boa mãe à beira de um colapso.

 
 

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